A Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil e a Comunidade Franciscana da Bahia são responsáveis pela administração da igreja
Foto: Divulgação/Reprodução
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anunciou a liberação de uma verba emergencial de R$ 1,3 milhão para a reforma da Igreja de São Francisco de Assis, conhecida como “Igreja de Ouro”, em Salvador. A decisão ocorre um mês e cinco dias após o desabamento parcial do teto, ocorrido em 5 de fevereiro de 2025, que resultou na morte da turista Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, e deixou outras cinco pessoas feridas.
Com a previsão para começar no mês de março, estão inclusos no projeto, a realização de levantamentos e diagnósticos, a limpeza da estrutura, escoramento e remoção de elementos instáveis, proteção dos elementos artísticos integrados, a revisão e reparo da cobertura, além da remoção e limpeza do forro que fica localizado na nave central da Igreja, dentre outros serviços.
A Igreja de São Francisco de Assis começou na ser construída no ano de 1686 e é considerada uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo e tombados pelo Iphan. Conhecida pelas pinturas de ouro e azulejos, a Igreja atraia milhares de turistas e fiéis diariamente para contemplar a beleza do local.
O Iphan já havia realizado intervenções visando a preservação da igreja, com ações como o restauro dos painéis de azulejaria, em maio de 2023, e a elaboração de um projeto de restauração total da igreja e do convento, atualmente em andamento e logo após o acidente, 26 vistorias foram realizadas em conjunto com a Defesa Civil de Salvador, resultando no fechamento de mais oito Igrejas da Capital, sendo elas: Igreja de Nossa Senhora da Ajuda; Igreja e Convento dos Perdões; Igreja de São Bento; Igreja dos Quinze Mistérios; Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem; e Igreja de São Miguel.
A Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil e a Comunidade Franciscana da Bahia são responsáveis pela administração da igreja, de acordo com o Frei Pedro Júnior Freitas da Silva, a noticia da liberação da verba foi recebida com muita felicidade, pois agiliza o processo e valoriza o patrimônio, considerado por muitos como a “Notre-Dame brasileira”.
“Temos o processo de espera da restauração, estamos em contato com o Iphan para conseguir a verba necessária. Já temos o dinheiro para a obra emergencial, para os três pontos de inicio da reforma, o escoramento, revisão do telhado da própria igreja e catalogar todo o material que se encontra no chão, com previsão de início na próxima segunda-feira (17). Acerca da questão religiosa, realizamos nossas celebrações na Igreja da Ordem Terceira, ou seja, não paramos.”, comentou o Frei.
O local permanece interditado desde o desabamento, e as causas do incidente seguem sob investigação da Polícia Federal. Para turistas que chegam, fica o desejo e a expectativa de visitar e conhecer a igreja.
“Quando chegamos a Bahia, queremos conhecer todos os pontos turísticos que chamam a atenção, turísticos e que fazem a cidade um local diferente de visitar, a Igreja de São Francisco é um desses pontos cruciais. É importante que sejam feitas todas essas reformas e adequações para que os visitantes tenham segurança e não ocorra nenhum tipo de acidente. Por isso, a liberação dessa verba é essencial pois é um patrimônio, e o patrimônio é de todos”, disse Fernando Leite, turista de Diadema, São Paulo.
Os serviços emergenciais voltados a recuperação do forro do teto da nave central do templo serão paralelamente feitos à elaboração do projeto executivo para a restauração de todo o conjunto da Igreja e do Convento de São Francisco, que já estava em andamento, tendo sido contratado pelo Iphan pelo valor de R$ 1,2 milhão.
A equipe da Tribuna da Bahia entrou em contato com o Iphan solicitando informações sobre a verba para as oito igrejas interditadas, no entanto, o órgão enviou uma nota esclarecendo a vistoria dos imóveis, totalizando 140 edificações para as quais o Instituto deve produzir laudos técnicos e recomendações de medidas necessárias para sua restauração e conservação.
Tribuna da Bahia
