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União Brasil faz nova ofensiva por Embratur e Correios após chegada de Gleisiv

União Brasil faz nova ofensiva por Embratur e Correios após chegada de Gleisi à articulação política

 

Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

Líderes do União Brasil aproveitaram a troca na chefia da articulação política do governo e retomaram a ofensiva para assumir a Embratur e os Correios. O pedido foi encaminhado ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que assumiu a ponte entre os deputados e a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), com quem se reuniu no domingo.

A agência Turismo chega a movimentar cerca de R$ 200 milhões de despesas ao ano e tem influência, já que pode fechar contratos e parcerias com empresas privadas de eventos, lazer e turismo pelo país. Já os Correios chegaram a movimentar cerca de R$ 16 bilhões em despesas no ano passado, quando também registrou um déficit de R$ 3,2 bilhões, o que foi criticado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A Embratur está hoje sob o comando de Marcelo Freixo (PT-RJ), enquanto os Correios são chefiados por Fabiano Silva dos Santos, do grupo de advogados Prerrogativas, próximo a Lula.

O União Brasil já está à frente dos ministérios das Comunicações, com Juscelino Filho, e do Turismo, Celso Sabino, além de ter indicado o titular do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. Lideranças da legenda, porém, argumentam que as pastas têm pouco potencial de entrega de programas para municípios, além de se queixarem das verbas. Para 2025, os orçamentos das pastas são de R$ 1,07 bilhão para o Turismo e R$ 1,2 bilhão para as Comunicações.

O União tem a terceira maior bancada de deputados federais, com 59, perdendo apenas para o PL e o PT. Apesar do tamanho, o partido não tem apresentado alto volume de votos favoráveis a projetos do governo. Durante votação do pacote fiscal, por exemplo, no fim do ano passado, o União entregou 36 votos favoráveis, de uma bancada de 59 deputados. Parlamentares do União avaliam que, se o governo quer “melhorar o diálogo e ter voto” no Congresso, são necessárias mais demonstrações de “boa vontade” com a bancada.

O Ministério do Turismo, porém, também é cobiçado por integrantes do PSD, que defendem que a Embratur venha no mesmo combo de entrega. Deputados ainda mencionaram que o partido tem uma capilaridade maior do que o União Brasil no Nordeste, região com alto potencial turístico.

Outro empecilho para o União assumir a Embratur ou os Correios seria o desenho do próprio partido, que é rachado. Boa parte dos parlamentares defendem o afastamento da legenda do governo Lula e a caracterização do partido como oposição, em linha com Jair Bolsonaro, ou com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

 

 

 

Tribuna da Bahia