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Veja os sinais de desaceleração que a economia brasileira já dá

Os números mais recentes de 2024 divulgados sobre a economia brasileira confirmaram uma desaceleração da atividade econômica

 

Foto: Divulgação

 

Os números mais recentes de 2024 divulgados sobre a economia brasileira confirmaram uma desaceleração da atividade econômica. Em dezembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou queda em serviços, comércio e indústria. Para o quarto trimestre, os analistas trabalham com a expectativa de que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) seja pior do que o observado nos três meses anteriores, quando o País cresceu 0,9%.

Em dezembro, as vendas do varejo recuaram 0,1%, o setor de serviços caiu 0,5% e a indústria registrou queda de 0,3% em relação a novembro. No acumulado do ano, no entanto, houve crescimento de 4,7%, 3,1% e 3,1% respectivamente.

Com dados tão negativos, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), uma espécie de prévia do PIB, recuou 0,73% em dezembro, embora o crescimento tenha sido de 3,8% no ano. A expectativa era de uma queda de 0,4% no último mês do ano, segundo o Projeções Broadcast.

“O resultado de dezembro veio em linha com os indicadores de atividade da indústria, do comércio e dos serviços, que têm desacelerado na margem (de um mês para o outro)”, afirmou o banco Pine, em relatório divulgado na segunda-feira, 17.

Depois da divulgação do IBC-Br, a mediana das previsões para o crescimento econômico do quarto trimestre passou de 0,5% para 0,4% — abaixo do avanço de 0,9% no período de julho a setembro, segundo o Projeções Broadcast. O número final do PIB do ano passado será divulgado pelo IBGE em 7 de março.

A avaliação dos analistas é a de que a economia brasileira deve ter crescido 3,5% no ano passado. Eles também esperam que 2025 seja marcado por uma desaceleração, sobretudo no segundo semestre.

“Embora alguns sinais mais claros de desaceleração tenham surgido no quarto trimestre de 2024, ainda vemos fatores de resiliência no curto prazo que devem levar a uma aceleração no resultado do primeiro trimestre”, escreveu o banco Santander em relatório.

 “Primeiro, a contribuição positiva das safras de grãos de verão deverá impulsionar a produção agrícola no período, seguindo a projeção de mais um ano de produção recorde de soja e milho. (…) Além disso, o mercado de trabalho ainda resiliente deverá continuar a influenciar positivamente o consumo das famílias, juntamente com um calendário favorável para transferências governamentais no primeiro semestre de 2025″, acrescentou o banco.

Para 2025, o Santander estima um avanço do PIB de 1,8%. No relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, os analistas consultados esperam um crescimento econômico semelhante, de 2,01%.

A economia brasileira deve perder força por conta, entre outros motivos, do aumento da taxa básica de juros — a Selic mais alta encarece o investimento para as empresas e o crédito para as famílias. Além disso, haverá um menor impulso fiscal — os gastos do governo para estimular a economia.

Com a inflação em alta, o Comitê de Política Monetária (Copom) promoveu um aumento de um ponto porcentual na taxa básica de juros, para 13,25% no mês passado. Na reunião de março, a expectativa é que o Banco Central promova uma nova alta de mesma magnitude. No relatório Focus, elaborado semanalmente pelo BC, os analistas consultados projetam que a Selic termine o ano em 15%.

 

 

 

 

Tribuna da Bahia