Na Bahia, o Teste do Pezinho do Sistema Único de Saúde (SUS) realiza oito dosagens para identificar mais de oito doenças.
Foto: Romildo de Jesus/Tribuna da Bahia
O Teste do Pezinho, um procedimento simples, rápido e fundamental, que envolve a coleta de gotas de sangue do calcanhar do bebê, tem gerado preocupação na Apae.
Salvador, que emitiu um alerta devido à redução no número de exames realizados na Bahia em 2024. De acordo com a instituição, cerca de 10 mil crianças a menos foram triadas em comparação ao ano anterior, o que pode prejudicar a detecção precoce de doenças graves que impactam o desenvolvimento infantil.
A médica geneticista Helena Pimentel, gerente do Serviço de Triagem Neonatal da Apae Salvador, enfatizou a importância do Teste do Pezinho. “O nome ‘Teste do Pezinho’ é uma referência à coleta de sangue feita no calcanhar do bebê, mas o exame é muito mais do que isso. Ele é fundamental para a detecção precoce de doenças que podem ser tratadas, prevenindo sequelas graves”, explicou.
Pimentel ressaltou que o exame é parte do Programa Nacional de Triagem Neonatal, com coleta realizada em todos os municípios da Bahia. Ela explicou que o procedimento deve ser feito entre o segundo e o quinto dia de vida do bebê e encaminhado ao serviço de referência da região, que no caso da Bahia é a Apae Salvador.
“A Apae possui um laboratório especializado que realiza as análises e identifica possíveis problemas, iniciando o tratamento dos casos confirmados. O Teste do Pezinho é uma ação preventiva que pode salvar vidas”, disse a médica geneticista.
EXAME
A especialista destacou ainda que o exame deve ser realizado em todos os recém-nascidos, e sua realização é crucial para o diagnóstico precoce de várias doenças. Na Bahia, o Teste do Pezinho do Sistema Único de Saúde (SUS) realiza oito dosagens para identificar mais de oito doenças, como o hipotireoidismo congênito, a fenilcetonúria, a doença falciforme, a fibrose cística, a hiperplasia adrenal congênita, a deficiência de biotinidase, a toxoplasmose congênita, entre outras.
“A triagem também detecta a toxoplasmose congênita, uma infecção que pode ser identificada ainda na gravidez e transmitida para o bebê. O teste também realiza a cromatografia de aminoácidos, fundamental para identificar outras doenças metabólicas”, destacou.
Ela explicou que o Teste do Pezinho do SUS não é apenas um exame, mas sim um programa de triagem completo. “Essa é a principal diferença entre o SUS e outros testes privados, que podem complementar o procedimento, mas não garantem o mesmo nível de acompanhamento e tratamento”, esclareceu.
Pimentel também alertou para a importância de procurar orientação médica caso o teste particular mostre alterações. “Quando um exame particular indica alguma alteração, é fundamental que a família procure um serviço especializado para garantir o acompanhamento adequado”, afirmou.
A especialista também destacou os riscos de não realizar o exame: “Quando os municípios não realizam a coleta ou não encaminham os exames a tempo, as crianças podem ser diagnosticadas tardiamente, já apresentando sequelas graves. O Teste do Pezinho não é uma escolha, é uma obrigação para garantir o desenvolvimento saudável das crianças.”
Ela enfatizou que o Teste do Pezinho deve ser realizado obrigatoriamente em todos os recém-nascidos. “O exame deve ser feito, preferencialmente, entre o terceiro e o quinto dia de vida. Quanto mais cedo, melhor, pois a prevenção traz grandes benefícios para o bebê. Mas se o exame não for realizado nesse período, deve-se procurar o posto de saúde o quanto antes, especialmente dentro do primeiro mês de vida”, alertou.
A médica também chamou a atenção para os efeitos da redução no número de triagens durante os recessos de fim de ano. “Crianças nascidas nesse período podem ser prejudicadas pela demora na realização do Teste do Pezinho, o que pode resultar em sequelas que poderiam ser evitadas”, lamentou.
Ela também destacou a evolução do exame, que agora é capaz de identificar uma gama maior de doenças, como toxoplasmose, fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme, fibrose cística e hiperplasia adrenal congênita.
Fonte: Tribuna da Bahia.