A depender de quando Bolsonaro for condenado, o STF poderá, ao fim e ao cabo, ser o catalisador de uma candidatura competitiva da direita contra Lula no ano que vem
Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Ao colocar Jair Bolsonaro no banco dos réus, o STF dará largada ao processo que pode levar o ex-presidente a ser condenado e preso pelas maquinações golpistas em seu governo. A ação penal contra Bolsonaro — e, sobretudo, a agilidade ou lentidão com que ela vai se desenrolar no Supremo — terá naturalmente efeitos colaterais políticos e será uma variável fundamental na definição do candidato da direita à Presidência em 2026. A depender de quando Bolsonaro for condenado, o STF poderá, ao fim e ao cabo, ser o catalisador de uma candidatura competitiva da direita contra Lula no ano que vem. Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas é o nome eleitoralmente mais forte nesse sentido.
Lula vem em baixa nas pesquisas de opinião sobre seu governo, mas ainda lidera as intenções de voto nos levantamentos mais recentes, como o divulgado pela Quaest no começo de fevereiro. A dianteira do petista se deve em larga medida à fragmentação da direita sob Bolsonaro, que não quer nem ouvir falar de declarar apoio a um nome que não seja o dele próprio. O ex-presidente reafirmou essa posição intransigente na última segunda-feira, em entrevista a um podcast, ao lado de Tarcísio. “Só passo o bastão depois de morto”, exagerou.
Tribuna da Bahia