Ponto de Vista O seu portal de notícias

Shingrix: conheça a nova vacina contra a Herpes-Zóster

Nova vacina apresenta eficácia superior na prevenção contra herpes-zóster e suas complicações

 

Foto: Divulgação

 

O herpes-zóster, conhecido popularmente como “cobreiro”, é uma doença viral causada pela reativação do vírus varicela-zóster (VZV), o mesmo que provoca a catapora. Após a infecção inicial, o vírus permanece adormecido no organismo e pode se manifestar anos depois, principalmente em pessoas com mais de 50 anos ou com imunidade comprometida. Os sintomas incluem dor intensa e erupções cutâneas, podendo evoluir para complicações graves, como a neuralgia pós-herpética, caracterizada por dor persistente na área em que ocorreu a erupção cutânea do herpes-zóster. Essa dor incômoda pode durar meses ou até anos após a cura das lesões.

Estudos indicam que metade das pessoas acima de 85 anos desenvolverá herpes-zóster em algum momento da vida. A incidência da doença na população geral varia entre 3 e 5 casos para cada 1.000 pessoas ao ano, mas esse número sobe para 5,23 a 10,9 por 1.000 pessoas ao ano em adultos acima dos 50 anos. O aumento dos casos nas últimas décadas reforça a necessidade de prevenção eficaz, especialmente em grupos de risco.

Para prevenir essa condição debilitante, a vacina inativada Shingrix, desenvolvida pela GlaxoSmithKline (GSK), representa um grande avanço. Segundo o Dr. José Geraldo Leite Ribeiro, pediatra, epidemiologista, mestre em Medicina Tropical e consultor médico de Vacinas do Grupo Fleury, detentor da Diagnoson a+, “o novo imunizante é a estratégia mais eficaz para reduzir significativamente a incidência e as complicações do herpes-zóster, com taxas de proteção que ultrapassam 90%.”

Diferente da antiga vacina de vírus atenuado disponível, a Shingrix é uma vacina recombinante inativada, ou seja, não contém vírus vivos. Sua formulação é baseada na glicoproteína E (gE) associada ao adjuvante AS01B, o que garante uma resposta imunológica mais robusta e duradoura. Estudos clínicos demonstraram eficácia de 97,2% na prevenção da doença em adultos com 50 anos ou mais e de 91,3% para aqueles acima de 70 anos. Além disso, a proteção contra neuralgia pós-herpética chega a 100% em alguns grupos etários.

Indicação ampliada e esquema de vacinação

A vacina inativada é recomendada para adultos a partir dos 50 anos, inclusive aqueles que já tiveram herpes-zóster anteriormente. Além disso, desde 2021, sua indicação se estende a pacientes imunossuprimidos com 18 anos ou mais, incluindo transplantados, pacientes oncológicos e pessoas vivendo com HIV. “A vacina confere segurança e imunogenicidade adequadas mesmo em grupos de alto risco, sendo um avanço importante na prevenção do herpes-zóster”, explica o Dr. José Geraldo.

O esquema vacinal consiste em duas doses aplicadas por via intramuscular, com intervalo de dois meses entre elas. As reações adversas mais comuns são leves e incluem dor no local da aplicação, fadiga e dor muscular, sintomas que desaparecem em poucos dias.

Com a vacina inativada, é possível reduzir significativamente o risco de desenvolver herpes-zóster e suas complicações, proporcionando mais qualidade de vida aos pacientes. “A imunização é essencial, pois evita não só a doença, mas também o impacto negativo que ela pode ter na vida das pessoas”, conclui o médico.

 

 

 

Tribuna da Bahia