O pontífice argentino foi internado no Hospital Gemelli na última sexta-feira, 14, após uma semana de bronquite
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O Vaticano disse ontem que o Papa Francisco, de 88 anos, está apresentando um “quadro clínico complexo”, que exigirá mais hospitalização. O pontífice argentino foi internado no Hospital Gemelli na última sexta-feira, 14, após uma semana de bronquite.
Conforme a agência de notícias italiana Ansa, o Papa Francisco chegou ao Gemelli na sexta-feira sem muito fôlego devido à dificuldade respiratória ligada a um excesso de muco, e um tratamento “caseiro” para bronquite não havia dado os resultados esperados.
O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, disse que os resultados dos exames realizados nos últimos dias indicam que o pontífice está sofrendo de uma “infecção respiratória polimicrobiana” que exigiu uma mudança adicional em sua terapia medicamentosa.
Segundo o pneumologista Elie Fiss, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, o quadro de infecção respiratória polimicrobiana diagnosticado no Papa indica a presença de múltiplos agentes patológicos. “Pode ser uma infecção viral seguida de uma bacteriana, ou até uma infecção causada por dois vírus. É possível ainda termos até a ação de duas bactérias”, explica o especialista.
Para ilustrar, ele conta de um caso que viu recentemente: “Tive um paciente que chegou com uma infecção por influenza e, em cima de uma pneumonia viral, desenvolveu uma pneumonia bacteriana. Ou seja, ele teve uma infecção bacteriana sobreposta a uma viral.”
“No caso do Papa Francisco, o mais provável é que tenha começado com um quadro viral, seguido da identificação de uma bactéria, ou que tenham sido isoladas múltiplas bactérias ao mesmo tempo”, comenta o médico André Albuquerque, coordenador do setor de pneumologia na Rede D’Or São Paulo. “Esse tipo de infecção é mais comum em pessoas vulneráveis, como idosos, especialmente se houver doenças preexistentes, como cardiopatias, diabetes ou doenças pulmonares crônicas. Essas condições aumentam o risco de infecções mais graves e até polimicrobianas”, completa.
Tribuna da Bahia