Com o aumento da demanda por produtos típicos da Semana Santa, os comerciantes de Salvador esperam um crescimento nas vendas nos próximos dias
Foto: Romildo de Jesus/Tribuna da Bahia
Com a Semana Santa se aproximando, o comércio de Salvador começa a sentir o impacto da demanda por itens tradicionais da data. A celebração religiosa, que vai de 13 a 20 de abril, é marcada pela paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, e movimenta o comércio local, principalmente nas feiras e mercados da capital baiana. A equipe da Tribuna da Bahia foi até a Feira das Sete Portas, um dos pontos mais tradicionais e movimentados da cidade, para conferir de perto os preços e a procura pelos insumos típicos da época.
Na feira, os preços dos produtos típicos da Semana Santa já estão fazendo a diferença no bolso dos consumidores. O quilo do camarão defumado, por exemplo, pode ser encontrado a partir de R$ 46,00, enquanto o camarão vermelho está sendo vendido por R$ 42,00 o quilo. Outros itens como a castanha quebrada, que custa R$ 45,00, e a castanha inteira, com preço de R$ 65,00, também estão entre os produtos procurados pelos baianos. O amendoim cru sai por R$ 10,00 o quilo, enquanto o amendoim torrado está custando R$ 15,00.
O quiabo, item essencial no preparo de pratos típicos da Semana Santa, está sendo comercializado a R$ 10,00 o cento, mas, segundo os vendedores, o valor pode aumentar consideravelmente conforme a data se aproxima, chegando até R$ 40,00. Já o azeite (fonte) tem o preço inicial de R$ 12,00 o litro, enquanto o azeite de pilão sai por R$ 20,00 o litro. O leite de coco, que também é indispensável em muitas receitas, varia de R$ 6,00 a R$ 7,00 o litro, e o feijão fradinho, utilizado em vários pratos, está sendo vendido a R$ 8,00 o quilo. Por fim, o gengibre, outro ingrediente tradicional, custa R$ 22,00 o quilo.
Gilson Júnior, vendedor em um dos estabelecimentos da feira, comentou que a expectativa é de aumento nas vendas. “A procura já está grande, o pessoal está começando a se antecipar para garantir os ingredientes. A gente quer vender, e o movimento está empolgado”, afirmou. A previsão é de que a procura cresça ainda mais conforme o final do mês se aproxima.
Em outro ponto da feira, os preços seguem a mesma linha: o quilo do camarão defumado está a partir de R$ 45,00, enquanto o camarão vermelho, dependendo da variedade, pode variar de R$ 25,00 (seco) a R$ 55,00 (pré-cozido). O preço do quiabo, castanha e azeite permanece semelhante, enquanto o quilo do amendoim branco custa R$ 10,00, e o amendoim vermelho, R$ 22,00.
Dejair Dias, outro vendedor, acredita que a demanda vai aumentar ainda mais conforme a data se aproxima. “As pessoas estão comprando e armazenando, esperando que os preços subam na Semana Santa”, disse. De fato, é uma estratégia comum dos baianos se anteciparem às compras para garantir preços mais baixos e evitar a inflação característica do período.
A movimentação na feira estava intensa, com muitos clientes já se preparando para os dias de celebração. Dona Maria Lúcia, por exemplo, se antecipou para garantir seus itens. “Vou aproveitar para levar o suficiente de camarão e quiabo, porque o preço do centro do quiabo vai subir muito. Sempre compro antes para não pagar mais caro depois”, comentou. Ela destacou que, embora a feira estivesse movimentada, as pessoas estavam mais calmas e atentas, sem a pressa de última hora. “Aqui, a gente consegue pesquisar e conversar com os vendedores com calma, sem a agonia de quem deixa tudo para última hora”, completou.
Orlando Santos, também presente na feira, garantiu que sua esposa o havia lembrado de comprar com antecedência. “Pagar mais barato agora e se livrar dessa demanda é muito melhor. Os preços estão acessíveis, mas a partir da semana que vem, tudo vai ficar mais caro. Agora, está bom, mas não sei se vai ser assim na próxima semana”, disse.
Com o aumento da demanda por produtos típicos da Semana Santa, os comerciantes de Salvador esperam um crescimento nas vendas nos próximos dias. Para muitos, a antecipação das compras é a melhor estratégia para evitar surpresas no bolso quando os preços subirem com a proximidade das festividades.
Tribuna da Bahia