O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai retomar as viagens pelo País a partir de ontem
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Pressionado pela queda de popularidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai retomar as viagens pelo País a partir de ontem. A estratégia para sair da crise definida pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, também prevê a divisão de tarefas com a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, o vice Geraldo Alckmin e vários ministros.
Mesmo antes da cirurgia que sofreu para drenar um sangramento intracraniano, em dezembro do ano passado, Lula vinha privilegiando as agendas internacionais. Mas o desgaste do governo, detectado em pesquisas, e a preocupação com as eleições de 2026 acenderam o sinal de alerta no Palácio do Planalto.
Embora levantamento da Genial/Quaest divulgado nesta segunda-feira, 3, indique que, se a disputa fosse hoje, o presidente venceria todos os possíveis candidatos de oposição em 2026 – do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL) –, 49% dos entrevistados disseram que não votariam nele de jeito nenhum. No fim de janeiro, pela primeira vez, a desaprovação de Lula (49%) também superou a aprovação (47%).
Agora, às vésperas de uma reforma ministerial, o presidente levará auxiliares a tiracolo nas viagens para divulgar as ações e programas do Executivo. Na sua avaliação, “2026 já começou” e, nesta segunda metade do governo, é preciso fazer a disputa “no gogó” com aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além do enfrentamento nas redes sociais.
Ontem, por exemplo, Lula esteve acompanhado da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e do chefe da Casa Civil, Rui Costa, na cerimônia de reabertura da emergência do Hospital Federal de Bonsucesso, no Rio de Janeiro. O serviço estava fechado desde 2020 e faz parte da rede de urgência da capital e do Estado, que atende usuários de drogas.
O Ministério da Saúde tem o terceiro maior orçamento da Esplanada – R$ 239,7 bilhões, apenas atrás de Previdência e Desenvolvimento e Assistência Social –, mas ainda não conseguiu emplacar uma “marca” como em outros mandatos de Lula.
O presidente tenta manter Nísia no cargo, mas, na última semana, voltou a cogitar a possibilidade de substituí-la. Um dos cotados para a cadeira hoje ocupada por Nísia é o titular de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), que já foi ministro da Saúde na gestão de Dilma Rousseff.
De volta ao Nordeste
Na sexta-feira, 7, Lula estará em Paramirim (BA) para a cerimônia “Água Para Todos – Bahia”, onde serão feitos anúncios relativos à segurança hídrica do Estado.
O Nordeste sempre foi reduto do PT, mas pesquisas também mostraram que Lula tem perdido eleitores na região. Na viagem à Bahia, o presidente estará acompanhado dos ministros Sidônio Palmeira, Rui Costa, Waldez Góes (Integração), Jader Filho (Cidades) e do governador Jerônimo Rodrigues (PT).