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Investigações são complexas e vão requerer tempo, afirma corregedor da PF

Presente no local na manhã de ontem, o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Leandro Grass, disse que não havia indicativo de urgência no documento enviado ao órgão pela igreja

 

Foto: Romildo de Jesus/Tribuna da Bahia

 

 

Por se tratar de um bem tombado, as investigações sobre o desabamento do teto da Igreja de São Francisco, no Pelourinho, são mais complexas, conforme explicou o corregedor da Polícia Federal, Maurício Salim.

Ele acompanhou o trabalho de perícia no local, na manhã de ontem, quando saiu para conversar com a imprensa. “A investigação é complexa, pois envolve uma série de exames periciais que não é possível apressar. Após a conclusão, em se tratando de imóvel tombado, a repercussão vai além da fase criminal. Vai haver repercussão cível e administrativa. Então a investigação tem que ser muito bem preparada porque dará ensejo uma série de ações”, disse.

Salim explicou que, após as primeiras providências da Polícia Civil e da Defesa Civil, cinco peritos da capital baiana atuaram ontem pela manhã e outros cinco – oriundos de Brasília – trabalharam pela tarde.

Para ajudar no trabalho, foi preciso trazer equipamentos especializados da Polícia Federal. “Nós vamos utilizar ao menos um scanner 3D, para fazer o registro de toda área, gravar as imagens, para que no futuro possamos revisitar o local do crime e fazer exames complementares se forem necessários”, destacou.

O corregedor da PF afirma, ainda, que nenhum material pode ser descartado por se tratar de um bem tombado. “O fato da estrutura ser tombada dificulta, pois a perícia precisa ser feita aos poucos. Os materiais não são entulhos. São bens do Patrimônio. Nada pode ser retirado, tem que haver a seleção de todo material, toda triagem para que se faça a restauração posterior”, disse.

“Diferente de imóvel privado que quando cai, retira-se os escombros e remete para o local adequado. Primeiro queremos elucidar os fatos. Depois veremos a classificação jurídica adequada e os encaminhamentos de laudos na esfera criminal, cível e administrativa porque é um bem tombado”, pontuou.

Dificuldades – Presente no local na manhã de ontem, o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Leandro Grass, disse que não havia indicativo de urgência no documento enviado ao órgão pela igreja.

“Considerando a importância histórica e artística deste monumento, solicitamos a realização de uma visita técnica para avaliação da situação e encaminhamentos necessários”, diz trecho do ofício assinado pelo diretor e guardião da Igreja e Convento de São Francisco Frei Pedro Júnior Freitas da Silva.

Ainda conforme o presidente do IPHAN, o momento é de dar andamento às investigações, mas prestar solidariedade à família de Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, morta no desabamento.

“O documento é padrão, mas sem indicativo de urgência. A igreja permaneceu aberta, não havia nenhum laudo da Defesa Civil, não havia indicativos do que iria acontecer. Mas, o momento é de serenidade para que levantemos todas as informações. Existe o proprietário, existe outros órgãos que averiguam a segurança dos locais públicos e privados. O Iphan não é dono da igreja, ele orienta, acompanha em parceria com as prefeituras do Brasil Inteiro”.

 

Tribuna da Bahia