Conforme o governador da Bahia, a cerimônia marca o compromisso com a popularização da ciência
Foto: Lívia Veiga
Uma cerimônia realizada na tarde desta segunda-feira (19), no auditório da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Salvador, marcou o anúncio de um conjunto de ações inéditas voltadas ao fortalecimento da educação científica nas escolas baianas. Diversos projetos foram assinados pelo governador Jerônimo Rodrigues e pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, com o total de R$ 67,3 milhões em investimentos.
O evento realizado em solo baiano marcou o lançamento da primeira caravana da ciência dos 40 anos do ministério, que percorrerá outros estados ao longo do ano. Além de ações a serem desenvolvidas com foco na formação de estudantes de escolas públicas da Bahia, os investimentos também contemplam projetos a serem implementados em instituições públicas de ensino superior do estado.
O governador sancionou ontem a Lei PopCiência Bahia, que institui uma política permanente de incentivo à ciência, tecnologia e inovação com foco nas juventudes e assinou o decreto que cria o programa PopCiência Jovem, voltado à formação científica de estudantes da rede estadual. Entre as iniciativas previstas, estão: a implantação de 180 laboratórios maker em todo o estado; o lançamento do edital dos Clubes de Ciências, que selecionará 400 professores para coordenar atividades em escolas públicas; o desenvolvimento de trilhas de inovação; e a criação do Selo Bahia Faz Ciência.
A ministra Luciana Santos destacou a contribuição da Bahia, que tem marcado história com lutas libertárias, um povo valente e informou que a escolha pelo estado se deve à sua importância da região para a ciência do estado e o desejo de o estado ser referência nacional em políticas públicas de educação. “Vou me inspirar para que outros estados possam seguir essa política pública efetiva, a de patentes, para os estudantes não percam o ímpeto da inovação”, afirmou.
Santos ainda ressaltou que tratar de ciência é garantir que o diálogo exista e a caravana vai viabilizar a escuta e o contato com os estados. “Hoje é um dia muito especial porque estamos fazendona Bahia um momento histórico. Esse conjunto de investimentos é uma das maiores entregas do país nessa área, viemos trazer investimentos para garantir que essa política pública ganhe força, por sua importância estratégica para o país”, destacou.
Conforme o governador da Bahia, a cerimônia marca o compromisso com a popularização da ciência. “Acabamos de chegar da China e é fabuloso quando um país resolve investir em ciência. A palavra-chave da caravana é reafirmar que nós sabemos o que estamos fazendo quando investimos em ciência. Não temos um país soberano se a ciência não se desenvolver. Nós estamos tratando aqui hoje do resgate dos investimentos na ciência; com integração entre a educação do ensino fundamental, médio e superior”, pontual Jerônimo Rodrigues.
A professora da rede estadual, Fernanda Brito, celebrou a realização de um sonho, a concretização de uma política publica que contempla os anseios de toda a classe. “A gente trabalha arduamente. Estamos nos sentindo valorizados”, pontuou. A estudante Sara Cruz, do município de Araci, contou sua experiência com o desenvolvimento de projetos com o sisal como matéria prima e revelou que a ciência a fez viajar de avião, conhecer a praia e ampliar os horizontes. “A minha vida como estudante mudou totalmente”, disse.
Segundo o secretário estadual da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), André Joazeiro, este é um marco histórico, pois até então, a ciência era desenvolvida nas escolas estaduais através de projetos de iniciação científica, de forma extracurricular e sem remuneração para os professores. “Com essa Lei, a gente está estruturando uma política pública. A educação científica será para todos. O clube de ciência contará com a trilha da inovação, com bolsa para o professor coordenador”, explicou, informando que no Diário Oficial desta terça-feira (20) será publicado um edital para 400 bolsas disponibilizadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb).
Como detalha Joazeiro, anualmente serão 16 mil jovens formados pelo Ensino Médio com a mentalidade da inovação, chegando ao mercado e às universidades. “Então, é uma mudança de cultura, que não é de curto prazo. É uma mudança real que acontece na sociedade”, aponta.
Fonte: Tribuna da Bahia
