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Custo da cesta básica aumenta em Salvador, mas ainda está mais barata no país

Um dado interessante trazido pelo Dieese diz respeito ao gasto por trabalhador que ganha um salário mínimo

 

Foto: Romildo de Jesus/Tribuna da Bahia

 

Diversos itens da cesta básica que compõe a alimentação diária do brasileiro, seja no café da manhã, como no almoço e no jantar, estão pesando mais no bolso do brasileiro. No entanto, Salvador ainda permanece num patamar menos pior do que o resto do país. É o que revela a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em relação ao mês de fevereiro.

O aumento do preço dos alimentos básicos foi notado em 14 das 17 capitais pesquisadas e Salvador está entre elas. No entanto, a elevação foi curta na capital baiana: em fevereiro de 2025, o aumento foi de 1,38% em relação a janeiro, colocando o custo da cesta básica na capital baiana como o terceiro menor entre as 17 cidades pesquisadas, de R$ 628,80.

Um dado interessante trazido pelo Dieese diz respeito ao gasto por trabalhador que ganha um salário mínimo. Em janeiro deste ano este trabalhador soteropolitano precisou comprometer 44,17% da renda líquida com uma cesta básica. Em fevereiro essa porcentagem subiu 44,78%: quantia ainda menor se comparado com fevereiro do ano passado, quando o comprometimento da renda líquida foi de 46,27%.

Em comparação com fevereiro de 2024, a cesta subiu em Salvador 4,05% e nos dois primeiros meses do ano acumulou alta de 7,69%. As elevações mais importantes ocorreram em Recife (4,44%), João Pessoa (2,55%), Natal (2,28%) e Brasília (2,15%). Já as reduções foram observadas em três capitais: Goiânia (-2,32%), Florianópolis (-0,13%) e Porto Alegre (-0,12%).

De acordo com a Pesquisa Nacional, São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 860,53), seguida do Rio de Janeiro (R$ 814,90), Florianópolis (R$ 807,71) e Campo Grande (R$ 773,95).

A maior parte dos produtos tiveram aumento, a exemplo do arroz agulhinha. Em fevereiro de 2025, as altas acumuladas ocorreram em Salvador (2,81%), Fortaleza (1,50%) e São Paulo (0,52%).

No acumulado dos últimos 12 meses, foram observadas elevações em oito dos 12 produtos da cesta: café em pó (98,78%), óleo de soja (27,69%), leite integral (16,53%), carne bovina de primeira (16,37%), pão francês (5,60%), tomate (3,15%), arroz agulhinha (2,81%) e manteiga (2,71%). Houve queda no preço médio do feijão carioquinha (-26,37%), da banana (-21,90), da farinha de mandioca (-9,34%) e do açúcar cristal (-0,68%).

Por outro lado, o preço do óleo de soja diminuiu em 16 capitais. As reduções oscilaram entre-7,68%, em Salvador, e -0,25%, Vitória. A alta ocorreu em Belém (0,78%). Em 12 meses, o valor médio do óleo de soja acumulou alta em todas as cidades.

Ainda conforme a Pesquisa Nacional do DIEESE, entre janeiro e fevereiro de 2025, seis dos 12 produtos que compõem a cesta básica tiveram redução nos preços médios: óleo de soja (-7,68%), feijão carioquinha (-3,05%), leite integral (-1,52%), manteiga (-0,70%), banana (-0,65%) e arroz agulhinha (-0,57%). Já as elevações foram registradas nos preços médios do café em pó (15,81%), tomate (7,68%), pão francês (1,15%), farinha de mandioca (1,10%) e carne bovina de primeira (1,02%). Não houve variação no preço do açúcar cristal.

Salário Mínimo – Em fevereiro de 2025, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 104 horas e 43 minutos, maior do que o de janeiro, de 103 horas e 34 minutos. Já em fevereiro de 2024, a jornada média foi de 107 horas e 38 minutos. Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em fevereiro de 2025, 51,46% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos; e, em janeiro, 50,90% da renda líquida. Em fevereiro de 2024, o percentual ficou em 52,90%.

A dona de casa Rita Maria Alves dos Santos, 55 anos, conta que tem percebido o aumento do mês passado para cá, mas ressalta que ainda não chegou a pesar muito no bolso. “Percebo um leve aumento, mas nada que me assustasse tanto. O que continua me horrorizando desde o ano passado é o café”, apontou.

Em fevereiro de 2025, o trabalhador de Salvador, remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.518,00, precisou trabalhar 91 horas e 08 minutos para adquirir a cesta básica, tempo maior do que em janeiro, quando precisou de 89 horas e 53 minutos. Em fevereiro de 2024, quando o salário mínimo era de R$ 1.412,00, foram necessárias 94 horas e 09 minutos.

Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em fevereiro de 2025, 44,78% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em janeiro, o percentual gasto foi de 44,17%. Já, em fevereiro de 2024, o trabalhador comprometia 46,27% da renda líquida. 

Tribuna da Bahia