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Casos de catapora crescem na Bahia e vacinação enfrenta escassez

O infectologista Adriano Oliveira destacou que a catapora é mais comum na primavera, mas pode ocorrer em qualquer época do ano

 

Foto: Divulgação

 

Os casos de catapora (varicela) têm aumentado significativamente na Bahia nos últimos anos, e a tendência para 2025 é preocupante. Um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revela que pelo menos 84 cidades do estado enfrentam escassez de vacinas contra a doença.

De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), em 2024 foram registrados 1.214 casos de catapora no estado. Salvador lidera entre os municípios com mais ocorrências (406), seguido por Feira de Santana (91), Prado (43) e Camaçari (32).

O infectologista Adriano Oliveira destacou que a catapora é mais comum na primavera, mas pode ocorrer em qualquer época do ano. Segundo ele, a prevenção é fundamental e depende principalmente da vacinação. “É importantíssimo vacinar e evitar contato com pessoas que ainda têm lesões ativas da doença. Se o indivíduo ainda possui vesículas, ele pode contaminar outras pessoas”, alertou.

A catapora é altamente contagiosa, sendo transmitida pelo contato direto com o líquido das bolhas ou por meio de secreções respiratórias como tosse, espirro e saliva. Também pode ocorrer indiretamente, através de objetos contaminados.

O período de incubação do vírus varia de 4 a 16 dias. A transmissão começa 1 a 2 dias antes do surgimento das lesões na pele e dura até 6 dias após o aparecimento das crostas.

Os sintomas típicos incluem: Manchas vermelhas e bolhas no corpo; Mal-estar; Cansaço; Dor de cabeça; Perda de apetite; Febre baixa.

Embora seja geralmente benigna em crianças, a catapora pode levar a complicações graves, especialmente em adultos e pessoas com imunidade comprometida. Entre as principais complicações estão encefalite, pneumonia e infecções na pele ou ouvidos.

A doença é especialmente preocupante em gestantes, podendo afetar gravemente o feto em formação. “Mulheres que nunca foram vacinadas ou que nunca tiveram catapora devem evitar contato com pessoas infectadas ou com herpes zóster, que é uma manifestação tardia do vírus”, explicou Oliveira.

O tratamento antiviral está indicado principalmente para adultos, já que eles apresentam maior risco de complicações. “Os adultos podem desenvolver quadros graves, como pneumonia ou inflamações no sistema nervoso central, que levam a encefalite ou meningite”, afirmou o infectologista.

Para evitar a propagação da doença, a vacinação continua sendo a melhor estratégia. No entanto, a escassez de doses na Bahia representa um grande desafio para 2025, aumentando a necessidade de reforçar medidas de prevenção e vigilância.

 

 

 

Tribuna da Bahia