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Aumento de casos de coqueluche preocupa Brasil e Bahia em 2024

Na Bahia, em 2024, foram notificados 345 casos de coqueluche, com 82 casos confirmados, 206 descartados e 4 inconclusivos

 

Foto: Divulgação/Reprodução

 

Os casos de coqueluche vêm gerando grande preocupação no Brasil, com um aumento alarmante no número de notificações. Em 2024, o país registrou 6.059 casos, um aumento significativo de 2.383% em relação aos 244 casos de 2023. Esse é o maior número desde 2014, quando o país registrou 8.620 casos da doença. Os dados são do Ministério da Saúde.

Segundo o painel de monitoramento do Ministério, até 2023, a maioria dos casos era de crianças com até 1 ano de idade. No entanto, em 2024, a doença tem atingido principalmente adultos com mais de 30 anos, com 1.265 casos confirmados, e crianças de 10 a 14 anos, com 1.452 notificações. Esse novo perfil de pacientes tem chamado a atenção das autoridades de saúde.

Na Bahia, em 2024, foram notificados 345 casos de coqueluche, com 82 casos confirmados, 206 descartados e 4 inconclusivos. Já em 2025, até o momento, dois casos foram confirmados e um está sendo avaliado. Os dados são da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

INFECÇÃO

A coqueluche é uma infecção respiratória altamente contagiosa, causada pela bactéria Bordetella pertussis. Sua principal característica são as intensas crises de tosse seca, que podem também afetar a traqueia e os brônquios. O pneumologista Jorge Humberto Ardila Vega, do Hospital Santa Izabel, explicou que os sintomas iniciais incluem tosse com catarro, congestão nasal, nariz escorrendo, espirros, fadiga, febre e episódios de apneia. À medida que a doença avança, a tosse seca pode se intensificar, tornando-se severa e descontrolada, a ponto de comprometer a respiração e causar vômito ou cansaço extremo.

Ardila destacou que a vacinação é fundamental para a prevenção da coqueluche. Para as crianças, as vacinas pentavalente e tríplice bacteriana, que protegem contra a coqueluche, devem ser administradas a partir dos dois meses de idade até os quatro anos, conforme o esquema do Programa Nacional de Imunizações (PNI).

O tratamento da coqueluche é realizado com antibióticos, sempre sob orientação médica, conforme o quadro clínico de cada paciente. O pneumologista alertou para a importância de buscar atendimento médico assim que os primeiros sinais e sintomas aparecerem. “As crianças, quando diagnosticadas com coqueluche, frequentemente precisam de internação, pois os sintomas nelas são mais severos e podem levar ao óbito”, afirmou.

A coqueluche é transmitida principalmente pelo contato com pessoas infectadas, por meio das gotículas expelidas ao tossir, espirrar ou falar. Embora seja raro, a transmissão também pode ocorrer por objetos contaminados com secreções de doentes. O período de incubação da bactéria é, em média, de 5 a 10 dias, podendo variar de 4 a 21 dias e, em casos excepcionais, até 42 dias. Com o aumento no número de casos, especialistas reforçam a importância de seguir as orientações de vacinação e de buscar cuidados médicos rapidamente para evitar complicações.

Tribuna da Bahia