O Sindicato dos Lojistas da Bahia (Sindilojas-BA) vê os próximos meses com muita cautela especialmente no que se refere a geração de vagas temporárias, principalmente por causa das políticas econômicas voltadas para o empresariado
Foto: Elói Corrêa/GOVBA
O cenário econômico brasileiro neste 2025 é considerado desafiador por especialistas de diversas áreas e isso é reflexo de fatores recentes a nível mundial e nacional, como o aumento dos combustíveis, dos alimentos e consequentemente da inflação. Ao mesmo tempo, diante desses problemas algumas conjunturas se mostraram moderadamente positivas, como a geração do trabalho temporário no Brasil e na Bahia.
Pelo menos é o que afirma a ASSERTTEM, que prevê cerca de 800 mil contratos temporários no 1º trimestre de 2025 em todo o Brasil – entre janeiro e março. “A Bahia, felizmente, segue a tendência nacional nesse quesito. Apesar do fato de que não temos dados divididos por região, eu como empresário que atua no Nordeste, vejo uma movimentação que confirma essa tendência”, disse Cristian Giuriato, diretor da ASSERTTEM com base no Nordeste.
Por outro lado, o Sindicato dos Lojistas da Bahia (Sindilojas-BA) vê os próximos meses com muita cautela especialmente no que se refere a geração de vagas temporárias, principalmente por causa das políticas econômicas voltadas para o empresariado.
Segundo ele, nesse primeiro semestre de 2025, o universo de trabalhadores empregados formalmente na atividade econômica de lojistas na Bahia já atende à demanda. “Não temos como projetar crescimento de vendas e sim uma estabilidade no nível de geração de emprego em função da possibilidade de o comércio estar devidamente cristalizado e poder funcionar nos domingos e feriados. Estamos em negociação com o Sindicato dos Comerciários para que estabeleça questões trabalhistas para domingo e feriado”, afirma Paulo Motta.
Apesar da previsão mais cautelosa do sindicato baiano, o diretor da ASSERTEM afirma que a demanda que surge é impulsionada pelos setores apontados pela entidade a nível nacional. Para o período citado – primeiro trimestre de 2025 – é previsto um crescimento de aproximadamente 2% no número de contratos, frutos dos investimentos feitos pelo trade turístico em diversos estados, entre eles o baiano, pensando no verão e no carnaval, que acaba no início de março.
A alta sinalizada é de 2% em relação ao mesmo período que o ano passado. A previsão é de que os contratos aumentem nos mesmos setores que cresceram ano passado: Indústria (40%), Serviços (35%), Comércio (20%) e outros (5%).
Em 2024, o Trabalho Temporário gerou mais de 2,4 milhões de oportunidades no mercado de trabalho. “O Trabalho Temporário atende a todos os setores da economia. Mas, a ASSERTTEM vem sentindo uma tendência de crescimento nos setores ligados ao comércio eletrônico, tanto nas empresas de varejo e marketplaces quanto no setor de logística que está envolvido nesta cadeia de serviços”, sinaliza Alexandre Leite Lopes, presidente da ASSERTTEM.
Outros períodos vistos como promissores para a entidade são aqueles chamados de sazonais, como a Páscoa, que este ano no calendário cai no 20 de abril, principalmente por causa das indústrias de chocolate.
Também devem impulsionar as contratações temporárias os setores da indústria alimentícia, bem estar, Educação, Turismo e Agronegócios. “As datas sazonais, como a Páscoa, também favorecem a contratação de temporários. Prova disso é que as indústrias de chocolate e embalagens já iniciaram as contratações”, explica Lopes. “Isso
reforça que, apesar das incertezas da economia, o Trabalho Temporário continua a ser uma solução estratégica de gestão das empresas para manterem suas demandas sazonais de mercado”, completa.
O presidente frisa, no entanto, que o volume de contratações pode oscilar conforme as variáveis do mercado. Ou seja, se neste mês acontecer algum baque para a economia, as previsões também poderão ser afetadas.
Sindilojas
O Sindilojas-Bahia aponta muita cautela par os próximos meses dado o cenário econômico. O presidente do sindicato, Paulo Motta, diz que a categoria aguarda posicionamento do governo federal quanto a política econômica e espera que haja a desoneração do custo do trabalho para que o empresariado possa oferecer vagas.
2024 – De acordo com a ASSERTEM, o ano de 2024 se encerrou com um saldo positivo no número de trabalhos temporários. “Surpreendendo positivamente ao registrar um total de aproximadamente 2,4 milhões de contratos temporários ao longo dos meses, um crescimento de 7,13% em relação a 2023”.
A entidade explica ainda que o montante foi impulsionado por um 4º trimestre de 2024 que gerou 497 mil contratos temporários. “Apesar de vivermos um ano com inflação e juros altos, o consumo aumentou e, com isso, impulsionou as contratações temporárias”, conclui Lopes, destacando que a flexibilidade das contratações temporárias se mostrou, mais uma vez, uma solução eficaz para as empresas.
Tribuna da Bahia
