Além disso, as passagens aéreas também foram importantes no grupo, com aumento de 10,63%
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
A inflação oficial de janeiro na Região Metropolitana de Salvador (RMS) ficou em 0,38%, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador foi puxado pelos preços do grupo de alimentação e bebidas (1,81%), que registrou a segunda maior alta entre os 16 locais pesquisados e a maior para um mês de janeiro em nove anos.
Responsável pela principal pressão inflacionária, com peso significativo no orçamento das famílias brasileiras, os alimentos tiveram o maior aumento desde abril de 2022 (2,22%), com influência da alta dos produtos comprados para consumo em casa (2,13%), sobretudo tubérculos, raízes e legumes(17,69%) como o tomate (39,65%), a cebola (30,42%) e a cenoura (60,55%). O último item foi o que mais aumentou entre as centenas de pesquisados mensalmente para compor o índice de inflação, de acordo com o IBGE, e contribuiu para os resultados, assim como o café moído, que também apresentou alta relevante (7,58%).
Segundo Mariana Viveiros, supervisora de disseminação de dados do IBGE- BA, o IPCA de janeiro reflete uma desaceleração importante na RMS (frente a dezembro/24, quando havia ficado em 0,89%), mas acima do resultado nacional (0,16%), sendo a quarta maior inflação do país no mês. “Salvador teve a segunda maior inflação dos alimentos em janeiro, só ficou abaixo de Aracaju.
A gente tem uma pressão muito importante dos alimentos, principalmente, desses alimentos hortifruti”, complementa. Outro grupo que exerceu influência nos resultados foi o de transportes (1,22%), influenciado pelo preço da passagem de ônibus, que tiveram reajuste na capital, no início do mês e tiveram variação de 6,0%, a terceira maior entre os 16 locais pesquisados pelo IBGE. “Então, a gente tem no transporte um foco, uma concentração grande da passagem de ônibus, que teve um reajuste. Na época se falou que era uma reposição da inflação, mas foi um reajuste acima da inflação e que impacta, claro, a inflação de janeiro”, destaca a especialista.
Além disso, as passagens aéreas também foram importantes no grupo, com aumento de 10,63%. Para Viveiros, essa é uma alta “importantíssima”, caracterizada pela sazonalidade do verão, da alta temporada. “As passagens estão em transportes, elas têm um aumento importante, muito relevante, mas a gente tem também no grupo despesas pessoais, também super relevante, com um aumento de 1,35%, até maior do que os dos transportes como um todo”, destaca.
Em período de alta estação, portanto, o resultado do IPCA na RMS reflete as altas não só do transporte público e passagens aéreas. Outro item de grande demanda no âmbito do turismo, a hospedagem, registrou alta de 8,96% em janeiro.
Por outro lado, dentre os quatro grupos com queda média de preços no mês, na RMS, a habitação (-3,41%) teve a maior redução e deu a maior colaboração para segurar a inflação na região. O grupo registrou a maior queda mensal de preços na região em 30 anos, desde o início do Plano Real, em julho de 1994.
Conforme o IBGE, o resultado se deu, principalmente, pela forte redução do preço da energia elétrica residencial (-13,02%), que se deu pela incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas em janeiro. Já o grupo vestuário (-0,40%) registrou a segunda maior queda média de preços e deu a segunda maior contribuição para segurar o IPCA na RMS, influenciada, principalmente, pela roupa infantil (-1,69%).
Tribuna da Bahia