O marketing utilizado por muitos médicos e não médicos nas redes sociais é uma das maiores dificuldades no combate a práticas indevidas
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O aumento do exercício ilegal da medicina tem gerado uma grande preocupação no Brasil, especialmente na área de cirurgia plástica. Em novembro de 2024, a morte de uma mulher após realizar um procedimento de hidrolipo com um médico contratado pelas redes sociais trouxe à tona a gravidade dessa questão, colocando em evidência a urgência de ações mais eficazes para combater práticas ilegais e arriscadas.
O marketing utilizado por muitos médicos e não médicos nas redes sociais é uma das maiores dificuldades no combate a essa prática. O uso de fotografias e vídeos de resultados de procedimentos, muitas vezes manipulados por ferramentas digitais, cria a falsa impressão de que qualquer procedimento estético pode ser feito rapidamente e sem riscos.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o Conselho Federal de Medicina (CFM), o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e outros órgãos têm se empenhado em intensificar suas iniciativas de fiscalização, educação e conscientização.
A SBCP tem liderado ações importantes contra o exercício ilegal da medicina, sempre com foco na segurança do paciente e na qualificação da profissão, como a promoção de campanhas educativas e instensificação da fiscalização sobre os profissionais que atuam de maneira irregular.
“A SBCP tem buscado cada vez mais essa aproximação com outros órgãos, representada por seus diretores e especialistas da área, para fomentar discussões sobre segurança na cirurgia plástica e na prática da medicina, trazendo sua expertise técnica e prática para enriquecer as deliberações. Este tipo de diálogo contínuo é fundamental para resolver questões emergentes e para garantir que os desafios da profissão sejam enfrentados com seriedade e competência.” Volney Pitombo, presidente da SBCP.
Quando é médico e está atuando de forma ilegal/indevida
Há dois caminhos possíveis:
Denúncia às sociedades das especialidades, por meio de departamentos como DEPRO e o DENADE, para fazer a avaliação daquela atuação. Esses órgãos podem recomendar revisões na atuação do médico ou mesmo levar à expulsão.
Também é possível fazer a denúncia no CRM, que vai apurar as irregularidades na atuação do profissional
Em caso de suspeita de não médico atuando como médico
Deve-se denunciar no Ministério Público. As sociedades especialistas, como a SBCP, podem intermediar essa denúncia, dando mais força para ela.
Tribuna da Bahia