Eles estão ganhando hoje, em termos reais (descontada a inflação), mais que há 12 anos
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Paulo Vasconcellos, coordenador nacional da organização social Gerando Vidas, que faz a ponte entre empresas e trabalhadores procurando emprego, viu quase dobrar a oferta de vagas operacionais, que exigem pouca escolaridade, do início de 2024 para cá. São mais mil vagas por semana, ficando entre 2.200 e 2.300. O salário também aumentou, para cerca de R$ 1.700. No ano passado, girava entre R$ 1.300 e R$ 1.400.
Ele tem visto mais trabalhadores que recebem benefício social buscando emprego com os salários mais altos: “Pessoas sem escolaridade, assistidas por programas sociais, estão tendo mais oportunidade de trabalhar, de ter os benefícios do trabalho formal”.
Essa situação ilustra bem o avanço de renda que os trabalhadores pouco qualificados têm tido. Eles estão ganhando hoje, em termos reais (descontada a inflação), mais que há 12 anos. Os grupos de ocupados sem instrução e com fundamental incompleto foram os únicos que viram o salário crescer acima da inflação de 2012 a 2024, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE.
O rendimento médio subiu 41% no período para os sem instrução, enquanto recuou para os que têm ensino médio e superior. Em 12 anos, rendimento de quem tem curso superior caiu 12,3%. A renda média de nível universitário ainda não recuperou nem o patamar de 2019, pré-pandemia. Em 12 anos, a renda desse grupo caiu 12,3%. Já a das pessoas com ensino médio caiu 6,3%, e a dos com fundamental completo, 1,6%.
Fonte: Agência O Globo