Gestores buscam alternativas para fechamento da Ford na Bahia

 

 

A Ford anunciou ontem o encerramento do ciclo de um século de produção de carros no Brasil. Serão fechadas as fábricas de Camaçari (BA), onde produz os modelos EcoSport e Ka, Taubaté (SP), que produz motores, e Horizonte (CE), onde são montados os jipes da marca Troller. O prefeito do município baiano, Elinaldo Araújo (Democratas), lamentou o anúncio. O gestor destacou que o encerramento das atividades da empresa representa uma grande perda para Camaçari e para a Bahia.

“Com muita tristeza, recebemos esta notícia da Ford. Infelizmente, a crise provocada pela pandemia da covid-19 trouxe consequências ruins para a área da saúde e, também, para a economia, fazendo com que pequenos e grandes negócios se tornem inviáveis. Lamento o fechamento da fábrica e me solidarizo com os trabalhadores”, disse Elinaldo.

O prefeito ressaltou que segue acompanhando de perto o caso e que irá dar apoio aos empregados da empresa. “Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para reduzir o impacto para os trabalhadores, pais e mães de família que vão perder o seu sustento”, frisou o prefeito.

Ele lembrou, ainda, que a prefeitura lançou um amplo programa para atração de investimentos para o município. “Vamos intensificar os diálogos para que novas empresas possam se instalar em Camaçari, de forma que possamos gerar cada vez mais empregos e oportunidades para o nosso povo”, afirmou.

O Governo do Estado também comentou o encerramento da produção nas plantas da Ford em Camaçari e em todo o Brasil. A gestão destaca os impactos socioeconômicos consequentes do fechamento da empresa, importante geradora de empregos e renda no estado.

“Assim que foi informado, o governador Rui Costa entrou em contato com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) para discutir a formação de grupo de trabalho para avaliar possibilidades alternativas ao fechamento. O governo estadual também entrou em contato com a Embaixada Chinesa para sondar possíveis investidores com interesse em assumir o negócio na Bahia”, declarou o Palácio de Ondina.

A decisão da Ford foi informada ao governador Rui Costa durante reunião virtual com representantes da empresa.  “A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”, afirmou, em nota, Jim Farley, presidente e CEO da Ford.

O presidente nacional do DEM, ACM Neto, afirmou que “o fechamento da Ford no Brasil é um prejuízo incalculável para a economia do país e mais do que isso: para a vida de milhares de famílias”. Ele lembrou da luta pessoal do avô, Antonio Carlos Magalhães, para que a fábrica se instalasse na Bahia, em 2001, travando uma guerra política contra adversários locais e nacionais. 

“Somente em Camaçari (BA), onde o complexo funcionava desde 2001, quando o senador ACM travou uma luta política para instalar a fábrica no estado, a montadora empregava mais de 5 mil pessoas. Notícia triste para o Brasil, para a Bahia e, principalmente, para os trabalhadores”, escreveu, nas redes sociais.

A produção será encerrada imediatamente em Camaçari e Taubaté, mantendo-se apenas a fabricação de peças por alguns meses para garantir disponibilidade dos estoques de pós-venda. Ao todo, a Ford Brasil tem 6.171 funcionários, sendo 1.652 em Taubaté, São Paulo e Tatuí; 4.059 na Bahia e 460 no Ceará, porém, nem todos devem ser demitidos, restando uma pequena parte no escritório central da companhia.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tribuna da Bahia

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