Filme que retrata história de Divaldo Franco estreia nesta quinta

 

 

Hoje considerado o principal nome do espiritismo no Brasil, o feirense Divaldo Pereira Franco se vê, aos 92 anos, homenageado nas telas de cinemas de todo o Brasil. Com grande elenco, Divaldo – O Mensageiro da Paz agrega de forma simples e sem levantar muitas bandeiras, mais um registro da trajetória do espírita que continua em plena atividade.

Dividido em três fases (infância, adolescência e fase adulta), o público é convidado a acompanhar as descobertas pessoais e espirituais de Divaldo. Desde o primeiro contato com a espiritualidade, as tentações terrenas, a fundação da Mansão do Caminho e sua primeira publicação psicografada, tudo está no filme.

No longa, João Bravo vive Divaldo Franco na primeira fase, Ghilherme Lobo na segunda, e Bruno Garcia na terceira. Mas é com Lobo que passamos a maior parte do tempo, desde a vinda para Salvador, em busca dos ensinamentos espíritas, até a fundação da Mansão do Caminho, com o amigo Nilson (interpretado por Bruno Suzano e Osvaldo Mil).

Pode parecer muita coisa, mas o roteiro de Clovis Mello, que também assume a direção, consegue condensar tudo isso em duas horas, sem parecer cansativo ou arrastado.

É interessante, inclusive, como o filme evita o panfletarismo na questão do espiritismo. Clovis não transforma o longa, em momento algum, como algo que afirma o certo ou errado. Ali está apenas uma história que de fato ocorreu.

Em entrevista para A TARDE, Clovis conta que desde criança é próximo da religião, apesar de não ser espírita. Ou seja, apesar de frequentar centros espíritas, nunca se dedicou aos estudos da espiritualidade.

O mesmo caso se aplica a Ghilherme Lobo. “Aprendi com o filme que não posso dizer que sou espírita. Afirmar categoricamente que você é um espírita envolve não só um estudo, mas também um trabalho”, conta o ator, que prefere ser chamado de “espiritualista”.

Lobo, inclusive, se mostra um grande ator em Divaldo – O Mensageiro da Paz, conseguindo abraçar a persona do espírita de forma ímpar, destacando-se entre os três protagonistas. Mais conhecido por seu papel em Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, o ator se mostra pronto para protagonizar novas e grandes produções.

Em diversos momentos, o ator precisa lidar com a ferocidade do personagem de Marcos Veras (o Espírito Obsessor que acompanha Divaldo desde a infância) e a calma e a doçura da personagem de Regiane Alves (Joanna de Ângelis, o espírito-guia de Divaldo).

Espiritismo x catolicismo

Clovis e Ghilherme acreditam que, apesar de estarmos num momento de discursos inflamados, o filme não deve receber ataques.

“O cara que vê um filme desse e ainda consegue ter força para atacar é um canalha. O Nelson Rodrigues falaria isso“, diz Clovis. “Acho que esse filme está imune a esses ataques. Eu estava com mais medo de pessoas invisíveis do que as visíveis“, complementa.

No filme, a maior autoridade espiritual é Joanna de Ângelis, e isso derruba qualquer conflito maior. “Ela está vestida de freira. Ela foi Santa Clara, então, evidentemente, em algum momento, existem embates espíritas de Divaldo e a igreja católica. Divaldo é o que é graças a esse espírito que viveu com São Francisco de Assis há 800 anos”, diz Clovis.

De qualquer forma, essa discussão fica em segundo plano, já que, no final das contas, este também é um filme cristão, onde a busca do protagonista é viver segundo as leis daquele mesmo Jesus Cristo da igreja católica.

Atarde

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