Bahia registra 66 mortes por trombose em 2020

 

A trombose é uma doença perigosa. De acordo com informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), dentre as doenças cardiovasculares a trombose é uma das que possui o maior índices de casos fatais em todo o mundo. Segundo dados da Secretaria de Saúde do estado da Bahia (Sesab), em 2019 houve 1195 internações na Bahia em decorrência da trombose, já em Salvador o índice foi de 323 casos. Já ao analisar os seis primeiros meses de 2020 houve 500 internações no Estado e 119 na capital baiana.

Ainda de acordo com a Sesab, o número de óbitos no estado foi de 123 em 2019 e 22 em Salvador. Em 2020, foram 66 mortes no estado e 13 em Salvador. As principais causas da doença são o tabagismo, insuficiência cardíaca, uso de anticoncepcionais, tratamento hormonal e tumores malignos.

Segundo o angiologista Tainã Andrade, a melhor forma de evitar a doença é ter uma vida ativa. “A melhor maneira de evitar a trombose é manter uma vida ativa, com atividades físicas regulares. Mudanças simples nos hábitos de vida – principalmente neste período de “home Office” em que não há limites para o tempo parado sentado na frente do computador – podem favorecer o fluxo de sangue, evitando a trombose. Então, é de fundamental importância estabelecer pausas de 15 minutos (que permitem uma movimentação das pernas) a cada 2 horas sentado, além de manter uma hidratação adequada. Outras medidas como cessar o tabagismo e controlar o peso, evitando a obesidade também podem prevenir a ocorrência de trombose”, disse.

Ainda segundo o médico, o fator genético tem grande influência no acometimento da doença. “Diversas alterações genéticas estão associadas a trombose, algumas relacionadas a alterações nos fatores anticoagulantes endógenos (que o próprio corpo produz para prevenir a trombose) e outras alterações que induzem diretamente a formação de coágulos nos vasos sanguíneos. Organismo naturalmente controla esse balanço entre coagulação e anticoagulação de maneira brilhante, pequenas alterações nesse processo podem desencadear uma tendência à sangramento ou à trombose no indivíduo. O histórico familiar de trombose é, portanto, um fator de risco de fundamental importância”, destacou.

O angiologista também pontuou as formas de tratamento da trombose. “Na maioria dos casos, a trombose venosa será tratada pelo uso de medicamentos anticoagulantes de uso oral (comprimidos), podendo também ser utilizados anticoagulantes injetáveis como as heparinas. Em alguns casos mais graves, a cirurgia para desobstrução pode ser necessária, normalmente realizada em hemodinâmica com auxílio de dispositivos que irão aspirar e fragmentar os trombos”, afirmou.

O médico também elucidou os riscos de um paciente que contraiu a Covid-19 desenvolver a trombose e pontuou que cerca de 50% das pessoas contraíram a doença. “Com o avanço da pandemia foi evidenciado um número considerável de eventos tromboembólicos em pacientes que necessitaram internar pelo covid 19. Por motivos ainda não muito bem estabelecidos, sabe-se que na população de risco de evolução desfavorável para o coronavírus- como obesos, diabético, portadores de doenças cardiovasculares- a chance desses eventos é ainda maior.”

“Não existe um número preciso, porém o que se sabe é em torno de 50 % dos pacientes que são internados pelo coronavírus apresentam algum evento tromboembólico durante a internação. Destes, 80 % apresentam embolia pulmonar, mesmo sem apresentar trombose documentada em membros inferiores. Parece portanto, haver uma relação direta entre a infecção pelo coronavírus no pulmão e a trombose da microcirculação pulmonar”, concluiu.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tribuna da Bahia

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